sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O que elles falaram...

Ensaiando o álibi
“Tudo aquilo que houver acordo de líderes, e for construído consenso para votação na Câmara, será incluído na pauta”.
Marco Maia, presidente da Câmara, ensaiando em dilmês vulgar o que dirá quando for votado o reajuste salarial dos ministros do Supremo Tribunal Federal, seguido de mais um aumento estratosférico no salário dos deputados e senadores.
Tudo explicado
“O critério é o fomento do turismo e das atividades culturais do Distrito Federal e Região do Entorno, duas áreas que se relacionam geográfica, cultural e economicamente”.
Gim Argello, deputado da base alugada, setor PTB, guichê do Distrito Federal, ainda em liberdade, ao revelar quais são os critérios usados para a aprovação de uma emenda parlamentar, explicando que só renunciou ao cargo de relator do Orçamento por agir estritamente dentro da lei.
Tudo igual
“O Ciro não tem moral para falar do PMDB”.
Valdir Raupp, senador da base alugada, setor PMDB, guichê de Rondônia, insinuando que não vê diferenças entre o PSB de Ciro Gomes e o partido a que pertence, qualificado pelo indócil parlamentar cearense de “ajuntamento de assaltantes”.
Brasil Maravilha (22)
“Comida na mesa, carteira assinada, crianças na escola, vida no rumo. Estamos vivendo o Brasil de todos”.
Campanha publicitária encomendada pelo governo federal por R$ 20 milhões para comemorar o nascimento do Brasil Maravilha, que só será visto pela população se conseguir fugir do cartório.
Advogado do diabo
“Vi casos que considerei decisões injustas. E cito um caso com tranquilidade, porque a pessoa não é da minha corrente política, que é o do José Dirceu. Eu analisei o caso, e ele foi condenado pela Câmara sem prova, foi uma condenação política. Afirmei na época, afirmo hoje e voltarei a afirmar depois. E não falo como petista, mas como advogado e professor de direito”.
José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça e um dos três porquinhos de Dilma Rousseff, ao analisar o escândalo do mensalão, informando que, por ser um jurista isento, enxerga um inocente injustiçado onde o procurador-geral da República e a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal viram um chefe de quadrilha.
Oposição a favor (5)
“Oposição? Afasta de mim esse cálice”.Teotônio Vilela Filho, governador reeleito de Alagoas pelo PSDB, explicando que foi escolhido pela oposição para apoiar o governo.
A lei mudou
“Nem me lembro de ter feito essa ligação. Se fiz, foi só essa”.
Pedro Novais, promovido a ministro do Turismo aos 80 anos por vontade de José Sarney, flagrado em suspeitíssimas conversas telefônicas com Fernando Sarney, explicando que só se pode acusar alguém de tráfico de influência depois da segunda ligação.
A serviço da pátria (23)
“Falo com muitas pessoas no Maranhão sobre muitos assuntos, inclusive pedidos de prefeitos. Esse especificamente não me lembro. Eu sou do PMDB, nem sei quem é do PSB do Maranhão”.
Pedro Novais, promovido a ministro do Turismo aos 80 anos por vontade de José Sarney, flagrado em ligações telefônicas pela Polícia Federal pedindo ajuda a Fernando Sarney para livrar da cadeia Washington Oliveira, informando que nem conhece o prefeito de Bacuri.
“Admito que ele tenha me falado e que eu, eventualmente, posso até ter tocado no assunto”.
Pedro Novais, na mesma entrevista, informando que conhece o bandido de estimação Washington Oliveira “há vinte e tantos anos”
Começou bem
“Como o juiz local é uma pessoa ligada à Nelma, o prefeito me pediu para falar com você pra ver se você interfere no sentido de que o prefeito, que é o Washington, que votou em mim, tenha decisão favorável a ele”.
Pedro Novais, deputado da base alugada, setor PMDB, guichê do Maranhão, futuro ministro do Turismo por decisão da Madre Superiora, numa conversa telefônica interceptada pela Polícia Federal em 2008, pedindo a Fernando Sarney que acertasse com a tia Neuma Sarney, na época corregedora do Tribunal Federal do Maranhão, um jeito de livrar da cadeia o bandido de estimação Washington Oliveira, prefeito de Bacuri, em mais de uma prova de que o governo federal terá a voz de Dilma Rousseff, a cara de Lula e a cabeça de José Sarney.
Novilíngua companheira
“Se você somar todos os presidentes da República, ninguém investigou o tanto que nós investigamos. Nós prendemos policiais federais, prendemos mais de 1.500 servidores públicos. Tenho dito publicamente. Só tem um jeito de você não ser molestado. É você andar na linha”.
Lula, sem explicar por que ninguém continua na cadeia, ensinando que, na novilíngua companheira, “andar na linha” quer dizer “ser bandido de estimação do presidente, companheiro ou parceiro da base alugada”.
*Por Augusto Nunes

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