terça-feira, 12 de abril de 2011

Um país que perdeu a vergonha.

O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, caprichou na pose de homem de bem injustiçado quando se descobriu que viajaria até a Espanha ─ por conta de quem paga imposto ─ para ver o jogo entre o Real Madrid e o Barcelona. “Temos essa agenda marcada há muito tempo”, recitou o parlamentar do PT gaúcho. “Se eu estiver lá, vou ao jogo. Tem algum crime nisso? Poderia ser uma peça de teatro”.
Mentiu, provou o jornalista Ricardo Noblat em sua coluna no Globo desta segunda-feira (veja o texto na seção Feira Livre). O companheiro turista não incluiu um jogo de futebol na viagem programada para encontrar-se com o presidente do Parlamento espanhol. Marcou o encontro com o colega no domingo para fingir que a viagem não fora marcada para ver craques em ação no sábado. Não vai a serviço. Vai a passeio, levando o filho de 13 anos (porque gosta de futebol) e o deputado Romário (porque garante o camarote).
De acordo com a Constituição, cabe ao presidente da Câmara assumir a chefia do governo em caso de impedimento do presidente e do vice. Com o apoio da base alugada e da oposição que não se opõe, Marco Maia transformou-se no terceiro nome da linha de sucessão. Parece o fundo do poço? Há controvérsias: o quarto nome é o presidente do Senado. Ele mesmo, José Sarney.
O Brasil nunca teve juízo. Perdeu de vez a vergonha.

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