quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Israel elimina líder do grupo terrorista Hamas.

Israel responde aos ataques terroristas de centenas de foguetes palestinos lançados na região central do país realizando a chamada ‘Operação Pilar de Defesa’ contra o Hamas na Faixa de Gaza. 
Slain Hamas military chief Ahmed Jabari in 2011 (photo credit: AP/Khalid Farid)

O alvo eliminado dos israelenses, Ahmed Jabari, chefe militar do Hamas, em 2011 (AP/Khalid Farid)
            Definitivamente, Israel perdeu a paciência com o Hamas, depois de aturar muitos ataques terroristas em áreas próximas à fronteira e receber centenas de mísseis de fabricação caseira que têm se tornado mais destrutivos, e a Força Aérea israelense lançou, hoje, uma série de ataques aéreos à Cidade de Gaza, matando um dos seus alvos, o chefe militar do Hamas, Ahmed Jabari – o equivalente ao comandante em chefe – e seu filho, Mohammed al-Homs. Fontes palestinas estimam que, até a noite de hoje, já foram mortas nove pessoas.
            Após os ataques aéreos, os palestinos ainda lançaram 17 foguetes contra Beersheba, dois foguetes contra a cidade costeira de Ashkelon, e mais dois na região de Eshkol. Alguns dos foguetes foram interceptados pelo sistema de defesa ‘Domo de Ferro’. Não houve relatos imediatos de feridos ou danos de monta. Moradores dentro do alcance dos disparos desses foguetes, lançados a partir de Gaza, foram solicitados a permanecer por alguns minutos dentro de um abrigo. As aulas nas escolas foram suspensas pelo resto da semana em todo o sul do país, incluindo as cidades de Beersheba, Ashdod e Ashkelon. A polícia elevou o nível de alerta em meio a temores de mais ataques terroristas.
            Um porta-voz do exército israelense confirmou o ataque aéreo que eliminou Jabari, o responsável pela crescente exacerbação de ataques por mísseis às cidades israelenses, e disse que a operação aérea foi montada contra os terroristas e agentes do Hamas na Faixa de Gaza, que atacam Israel sem trégua com sua ‘jihad’ islâmica e que a operação foi denominada “Operação Pilar de Defesa". Acrescentou ainda que, "dada a natureza de sua posição no Hamas, Jabari foi o responsável, na última década, por toda a atividade bélica e terrorista contra Israel que emana de Gaza". “Jabari foi identificado pela ‘inteligência precisa e acurada’ israelense, que montou a operação com dados levantados durante vários meses, o que possibilitou eliminar o inimigo com precisão cirúrgica absoluta”, explicou um oficial israelense de alto escalão falando em anonimato graças às regulamentações militares.
            Em reação, o braço armado do Hamas advertiu que, “com o assassinato de Jabari, Israel abriu os portões do inferno sobre si”.
            Inúmeras testemunhas disseram à mídia que Jabari estava trafegando num veiculo na Cidade de Gaza quando um míssil atingiu o carro fazendo-o explodir numa bola de fogo. Uma multidão junto com o pessoal da segurança correu para a cena do ataque, tentando apagar as labaredas em que o carro destroçado estava engolfado sem, contudo, obter sucesso.
            A polícia do Hamas disse que outros ataques aéreos atingiram alvos na Cidade de Gaza City, em Khan Younis, em Beit Lahiya e em Rafah. Raed Atar, o chefe do Batalhão Rafah do Hamas, supostamente o alvo de um desses ataques israelenses, também foi eliminado. O Hamas negou os relatos de que Atar Marwan Issa, outra figura proeminente das Brigadas al-Qassam também tivesse sido morto.
            Alguns ataques ocorreram em antecipação a lançamentos iminentes de foguetes, tendo como alvo os silos de mísseis Fajr que têm um alcance de 70 km, podendo alcançar Tel Aviv, disse o correspondente de TV, Ronnie Daniel.
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Pessoas assistem o monte de ferros distorcidos  e calcinados em chamas em que se tornou o carro em que trafegava Ahmed Jabari, o chefe militar do braço armado do Hamas morto por um ataque preciso da força aérea israelense na Cidade de Gaza (AP/Adel Hana)
            Os especialistas compararam os ataques sobre aos mísseis mais potentes do Hamas ao do primeiro dia da segunda guerra no Líbano em 2006, quando Israel tomou as instalações e capturou os mísseis de longo alcance do Hezbollah (de fabricação iraniana). Minutos depois do ataque que fulminou Jabari, usuários e o próprio governo israelense postaram vídeos do carro reduzido a ferragens queimadas e destorcidas no YouTube.
            Jabari foi o mais veterano dos militantes do Hamas a ser eliminado desde a ‘Operação Chumbo Trocado’ quatro anos atrás. Jabari estava de há muito no topo da lista dos mais procurados por Israel e era famoso lá, onde os judeus o culpavam por uma série de ataques, incluindo a infiltração terrorista próximo à fronteira que causou a captura do soldado israelense Gilad Shalit, em 2006.
            Apesar de ser um cultor da segurança pessoal, Jabari pessoalmente escoltou Shalit quando em 2011 entregou o soldado às autoridades egípcias, que em seguida o liberou para Israel. O vídeo da entrega mostrou a posição do líder do Hamas por trás de Shalit.
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Quando entregava o soldado sequestrado Gilad Shalit (centro) aos egípcios, o líder do Hamas Ahmed Jaabari aparece por trás do soldado. (Flash90)
            Vários ministros israelenses deram a entender, nos últimos dias, que Tel Aviv estava se preparando para reassumir sua política de assassinatos seletivos após ter recebido o impacto de mais de 160 foguetes do Hamas disparados da Faixa de Gaza contra cidades israelenses, numa intensiva agressão ocorrida entre sábado e terça feira passada, uma vez que o governo judeu tem dito com frequência que considera o Hamas como único responsável direto por tal agressão, e países, como o Irã, como responsáveis indiretos e ocultos.
            Na terça-feira, a movimentação militar israelense estava se deslocando para o sul do país, quando o ministro da Defesa, Ehud Barak, disse que "a questão definitivamente não está resolvida e suas forças armadas decidirão como e quando agir quando houver necessidade disso". Suas declarações ecoaram nas advertências feitas por Netanyahu no domingo: “as Forças de Defesa de Israel estão operando, e operarão, cirurgicamente, para eliminar alvos das organizações terroristas na Faixa de Gaza que estão promovendo essa agressão contínua contra a população civil israelense e procurarão poupar tanto quanto possível, a população civil palestina da área”. “O mundo precisa entender que Israel não vai ficar assistindo, impassivo, os atentados contra o seu povo. Estamos preparados para intensificar nossa resposta”.
            Muito embora o primeiro-ministro não tenha mencionado qualquer ação militar em particular, o ministro de Assuntos Estratégicos, Moshe Yaalon, foi mais específico: "não há dúvida de que, nas duas últimas semanas, temos assistido uma escalada bélica levada a cabo pelo Hamas que impõe uma resposta adequada e definitiva por parte de Israel”, numa declaração à Rádio Israel, no domingo. "Não vamos deixar que tal situação perdure". Yaalon reconheceu que não há soluções fáceis para o problema, mas sugeriu que os assassinatos seletivos dos principais líderes terroristas do Hamas proporcionaram, no passado, longos períodos de calmaria ao longo da fronteira de Gaza. Ainda assim, na terça-feira, o Ministro do Likud, Benny Begin, foi categórico ao afirmar para a mídia que a atual escalada de hostilidade do Hamas tinha que acabado – uma aparente e deliberada conformidade que pode ter dado aos palestinos do Hamas, como Jabari, uma falsa sensação de complacência por parte do estado judeu.
            Depois dos ataques aéreos, o Hamas passou a conclamar a ajuda militar dos estados árabes – principalmente do Egito – mas, ao que parece, tal ajuda não virá, pois esses estados têm há muito usado a população palestina da Faixa de Gaza como bucha de canhão numa guerra suja contra Israel que, por eles mesmos, sabem que não podem vencer.
            A manutenção do conflito antissionista no Oriente Médio se constitui, em pleno século XXI, na situação mais vergonhosa da humanidade, sem que haja, no horizonte, qualquer solução à vista, diplomática ou militar.
*Francisco Vianna, com imprensa internacional, via Grupo Resistência Democrática.

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