terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Documentos secretos alemães revelam que Fidel Castro recorreu a oficiais nazistas na crise dos mísseis.


Um dos mistérios mais guardados do século XX ganhou uma ponta de revelação após o jornal alemão “Die Welt” publicar documentos disponibilizados pelo serviço secreto alemão (BND).

O segredo refere-se à aliança nazista-comunista, tornada notória com a assinatura do pacto Ribbentrop-Molotov assinado em Moscou na madrugada de 24 de agosto de 1939.

O pacto de Moscou selou uma longa colaboração entre duas correntes que na aparência se agrediam mutuamente, mas que na realidade colaboravam estreitamente entre si. Não só pela afinidade ideológica – o igualitarismo socialista – mas através de apoios materiais, estratégicos e informativos mútuos.

O pacto foi oficialmente rompido em 22 de junho de 1941, quando o exército nazista invadiu a sua aliada URSS, para iniciar a II Guerra.

Entretanto, perspicazes observadores levantaram a suspeita de que entre as duas tendências ideológicas continuou existindo uma verdadeira colaboração.

Esta se exprimia por meio de gestos políticos inesperados, inclusive dos continuadores políticos dos signatários do acordo de Moscou.

Uma ponta dessa colaboração subterrânea foi desvendada agora.

No outono de 1962, o mundo beirou a guerra atômica mundial durante a chamada “crise dos mísseis” de Cuba.

A URSS enviou mísseis nucleares à ilha, os quais foram fotografados pelos serviços de inteligência americanos. Os EUA consideraram o fato um casus belli.

A “crise dos mísseis” catapultou Fidel Castro ao patamar de herói do bloco soviético e do “movimento do Terceiro Mundo” nascente contra o “imperialismo” americano.

A crise também não deixou de influenciar o andamento do Concílio Vaticano II, que acabou omitindo qualquer censura ao regime soviético, ferozmente anticatólico.

Os documentos do BND mostram que o “Líder Máximo”, criatura soviética, teria recrutado antigos oficiais da SS dispostos a auxiliá-lo, segundo noticiou o jornal parisiense “Le Figaro”.

No auge da crise, em 28 de outubro de 1962, o BND recolheu informações de que Castro tentava engajar antigos responsáveis das SS hitleristas para dar instrução aos soldados cubanos.

Fidel teria oferecido um ordenado quatro vezes superior ao que era pago pelo exército alemão na época. Quatro antigos oficiais nazistas teriam aceitado, segundo os documentos.

“É da maior evidência que as forças armadas revolucionárias cubanas não tinham escrúpulos em se rodear de pessoas com passado nazista, quando se tratava de servir seus próprios interesses”, sublinhou o historiador Bobo Hechelhammer, que dirige as pesquisas históricas no serviço secreto alemão BND.

Os documentos também mostram que Castro procurou armas na Europa Ocidental por meio de traficantes ligados à extrema direita alemã, e assim até teria conseguido 4.000 fuzis automáticos de fabricação belga.

As interpretações do caso divergem, mas nunca no ponto de afastar a afinidade ideológica socialista e anticapitalista dos assinantes do pacto Ribbentrop-Molotov e de seus continuadores até os presentes dias.

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