quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Israel não quer fazer na Cisjordânia, o que fez em Gaza.

EXPRESSIVA MAIORIA DE JUDEUS ISRAELENSES É CONTRA QUALQUER RETIRADA SIGNIFICATIVA DE MORADORES DA CISJORDÂNIA.
Uma enquete mostra que 63% dos judeus de Israel são contra a remoção de moradores da Cisjordânia com base no recuo das fronteiras como premissas das conversações de paz com a ANP e um em cada dois judeus acham que, caso o governo estabeleça um referendo nacional para decidir o assunto, os israelenses árabes não devem opinar.

Seated from left to right: Israeli negotiator Yitzhak Molcho, Israeli Justice Minister and chief negotiator Tzipi Livni, Palestinian chief negotiator Saeb Erekat, and Palestinian negotiator Mohammed Shtayyeh, at a dinner marking the resumption of peace talks in Washington, DC on Monday, July 29, 2013. (photo credit: Charles Dharapak/AP)
Sentados, da esquerda para a direita, o negociador israelense Yitzhak Molcho , o ministro israelense da Justiça e negociador chefe, Tzipi Livni, o principal negociador palestino, Saeb Erekat , e o negociador palestino Mohammed Shtayyeh, num jantar que marca a retomada das negociações de paz em Washington, DC, na  segunda feira, 29 de julho de 2013. (foto AP)

            Segundo a pesquisa, essa expressive maioria judia se oporia a um tratado de paz que custasse ao país uma saída significativa dos moradores da Cisjordânia, numa repetição do que houve na Faixa de Gaza, mesmo com a barganha de terras para que Israel mantenha os principais centros populacionais lá, como Hebron e outros.

            Apesar da maioria do povo israelense apoiar o retorno às conversações de paz mediadas por Washington – um filme que todos já viram – e serem favoráveis à existência de dois estados na região, a pesquisa parece  contradizer outras enquetes. Mas a maioria também não acredita que os palestinos têm condições sociais (políticas e econômicas) para criar e manter um Estado Palestino, sem que a área se transforme em outro reduto de agressão sistemática à Israel.

            A enquete, que foi realizada pelo Instituto da Democracia de Israel e pela Universidade de Tel Aviv e publicada nesta terça feira, mostra que 63% dos judeus israelenses são contrários à retirada das fronteiras para a posição de 1967 com trocas de terras como parte do arranjo de paz com a ANP (Autoridade Nacional Palestina), um arremedo de estado, mantido com o dinheiro da ONU, dos EUA e de Israel, entre outros.

            E são contra mesmo que tal recuo signifique que Israel mantenha o chamado “Bloco Etzion”, diretamente ao sul de Jerusalém, o Ma’aleh Adumim, a leste da capital, e Ariel na Cisjordânia central, 34 km a leste de Tel Aviv. Nessa proposta, ainda assim, 58% dos judeus entrevistaram se manifestaram contra o desmantelamento dos assentamentos na Cisjordânia. A enquete ouviu 602 judeus israelenses no final de julho, após o anúncio do estabelecimento de novas conversações de paz com a entidade palestina, com um desvio de erro de 4,5% para mais ou para menos.

            Segundo a mesma pesquisa, 50% dos judeus israelenses são contra a transferência de vizinhos árabes em Jerusalém para áreas a serem controladas pela ANP como um arranjo especial pela manutenção dos locais sagrados judeus.

            Por outro lado, os israelenses árabes estão mais otimistas do que seus concidadãos judeus no que diz respeito às expectativas de um novo resumo das negociações com a ANP. Já 79% dos judeus israelenses não acreditam que tais conversações tenham chances reais de sucesso, contra 18% que acreditam que as possibilidades são boas. Entre os israelenses árabes, só 41% acham que as chances são mínimas contra 47% dos que dizem que as chances de sucesso são altas.

            Sem terem uma ideia muito concreta do que seja o “sucesso” de tais conversações, ainda assim, 61% dos israelenses judeus disseram que “são a favor das conversações de paz com ANP”, contra os 33% que se opões a elas. Já entre os israelenses árabes, 91% apoiam as conversações contra apenas 6% que são contrários a elas.

                Muitos palestinos que, no início, viviam em Israel e saíram de lá por seu fundamentalismo religioso – e que deu origem a diversos atentados suicidas sangrentos –, desejam retornar ao país e recuperar sua cidadania israelense, mas a oposição a isso ainda é muito alta tanto por parte dos israelenses árabes quanto pelos judeus. A maioria vive em estado de abandono tanto pelo Hamas em Gaza como pelo Fatah na Cisjordânia e, de bom grado aceitariam voltar a viver em Israel, principalmente seus descendentes, onde seriam livres para professar sua crença maometana.
             Com relação aos partidos políticos, nenhum está tentando bloquear ou criar dificuldades para as novas negociações, com 51% dos israelenses judeus – inclusive os 49% dos que votam pelo ‘linha dura’ Partido Lar dos Judeus — a dizer que não apoiariam qualquer coalizão de protesto contra as negociações.
            A ambição de Obama em criar um estado palestino encontra muito menos resistência entre os judeus do que entre os próprios palestinos. Não porque os palestinos que vivem fora de Israel não queiram ter um estado próprio, mas simplesmente não têm condições para isso, pois seu PIB é desprezível, não têm setor primário (agropecuário), nem secundário (industrial e manufatureiro), e muito menos de serviço (a percentagem de analfabetos é muito grande e a falta de mão de obra diferenciada é quase total).

            Assim sendo, a elevação da ANP à condição de Estado Soberano, aceito pela ONU, vai representar um custo a mais para os americanos, e a menos para Israel, que não se sentirá mais na obrigação de continuar a mandar dinheiro para Abbas.

            Contar com as nações árabes do entorno, nem pensar. Nunca se manifestaram em apoiá-los, em investir nessas áreas palestinas de modo a criar algum tipo de produção, e, mesmo deixarem de assistir passivamente que os palestinos sejam usados como bucha de canhão, principalmente pelos persas iranianos, na consecução de seus ideais genocidas antissionistas.
*FRANCISCO VIANNA (com base na mídia internacional)

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