Uma bagagem valiosa, tanto que a própria presidente a trás com muito cuidado.
Sem falar uma só palavra sobre os protestos que ocorreram no Brasil no sábado,
25, ou fazer qualquer declaração, a presidente Dilma Rousseff deixou pelas
portas do fundo o hotel em que se hospedava em Lisboa e embarcou na manhã deste
domingo, 26, para Havana.
...Enquanto os protestos ocorriam em várias cidades, ela jantava em um restaurante
com estrela pelo Michelin, a referência da boa gastronomia no mundo. Dilma e
sua comitiva passaram o sábado em Portugal, ocupando um total de 45 quartos de dois dos hotéis
mais caros de Lisboa, com um
custo total de R$ 71 mil. A presidência optou por não usar o palácio do século
XVII mantido pelo governo brasileiro e que serve de embaixada do País em
Portugal por indicar que o local não comportaria a delegação.
A viagem estava sendo mantida em sigilo e apenas foi explicada depois
que reportagem do jornal O Estado de S. Paulo revelou ontem com exclusividade o
momento em que Dilma entrou num hotel de
Lisboa.
Segundo a reportagem apurou, a suíte de Dilma está tabelada com um valor
de R$ 26 mil. No sábado, às 9h35 (horário de Lisboa), o comboio que levaria a
presidente do hotel ao aeroporto foi obrigado a entrar em uma garagem pública
que dá acesso ao hotel. Enquanto um dos funcionários lavava carros sem saber o
que ocorria, os seguranças realizavam a operação para driblar os jornalistas e
impedir que a presidente tivesse contato com a imprensa que a aguardava. Dilma
esteve na Suíça desde quinta-feira, 23, e, sexta-feira, 24, foi uma das
palestrantes no Fórum Econômico Mundial, em Davos. O próximo compromisso da
presidente é a inauguração de um porto financiado pelo Brasil em Cuba, nesta
segunda-feira, 27. Oficialmente, a explicação para a parada em Portugal é a de
que o avião da FAB não teria autonomia para viajar entre Zurique e Havana. Mas
o Planalto não explica nem porque a visita foi mantida em sigilo nem porque o abastecimento
do jato não poderia ter ocorrido com a comitiva dentro do avião, algo que
levaria cerca de uma hora.
*Texto por Jamil Chade | Agência Estado
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