terça-feira, 20 de outubro de 2015

Dilma empurrou Eduardo Cunha para dentro do caldeirão, onde ele morrerá cozido.

A dureza de Dilma com seu principal desafeto político acendeu a luz vermelha em todos os gabinetes do Palácio do Planalto.
Foi pelo ralo a última esperança de Eduardo Cunha de salvar pelo menos seu mandato de deputado federal depois do que disse, ontem, a presidente Dilma Rousseff durante entrevista concedida em Estocolmo, capital da Suécia, onde se encontra.
Provocada por jornalistas interessados em saber se lhe causava constrangimento a repercussão internacional do caso Eduardo, Dilma devolveu:
- Seria estranho que causasse. Ele não integra o meu governo. Eu lamento que seja um brasileiro, se é isso que você está perguntando. Eu acho que se distingue perfeitamente, no mundo, o país de qualquer um de seus integrantes. Nenhum país pode ser julgado por isso ou aquilo. Eu lamento que aconteça com um brasileiro, com um cidadão brasileiro.
Eduardo acusou o golpe. Afinal, insiste em negar que seja verdade tudo o que se diz contra ele. E Dilma – logo a presidente da República – trata seu caso como se carecesse de dúvidas.
E não só isso. Dilma descartou a possibilidade de qualquer entendimento com Eduardo:
- Eu acho fantástica essa conversa de que o governo está fazendo acordo com quem quer que seja. Até porque o acordo do Eduardo Cunha não era com o governo, era com a oposição, e é público e notório.
A dureza de Dilma com seu principal desafeto político acendeu a luz vermelha em todos os gabinetes do Palácio do Planalto. Instalou-se, ali, o medo de que Eduardo retalie acatando algum pedido de impeachment contra Dilma.
Até amanhã, a oposição dará entrada na Câmara com um novo pedido de impeachment. Para dividir com Dilma os holofotes da mídia que, hoje, estão concentrados apenas nele, é possível que Eduardo caia na tentação de dar prosseguimento ao pedido.
Isso significaria, na prática, a abertura de processo. Uma comissão de 66 deputados e senadores teria até 90 dias para dar seu parecer sobre o pedido. Em seguida, o parecer seria votado no plenário.
Com dois terços dos 513 votos dos deputados, o impeachment de Dilma poderia ser aprovado. Se fosse, ela se afastaria do cargo para ser julgada pelo Senado. 

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